Eu não estou neste mundo para viver as suas expectativas.
E você não está neste mundo para viver as minhas.
Você é você, e eu sou eu,
E, se por acaso, nós nos encontrarmos, será ótimo.
Se não, nada se pode fazer. [Pearls]

É importante este desprendimento...isso é liberdade, amor, verdade....
muito além da nossa compreensão, e das nossas possibilidades mortais...
É importante o ato de sabermos que só estamos junto de algo
ou de alguém por que de fato queremos estar...
É importante saber que somos livres para ir e vir...

sábado, 27 de março de 2010

Relacionamento, Amor & Liberdade - Osho


Relacionar-se é uma das maiores coisas da vida:
é amar, compartilhar. Adicionar imagem
Para amar é preciso transbordar de amor e
para compartilhar é preciso ter amor.
Quem se relaciona respeita e não possui.
Possuir é destruir todas as possibilidades
de se relacionar.
Relacionar é um processo.
Relacionamento é diferente de relacionar-se:
é completo, fixo, morto.
Antes devemos nos relacionar conosco mesmos
e escutar o coração para a vida ir além do intelecto,
da lógica, da dialética e das discriminações.
É bom evitar substantivos e enfatizar os verbos.
A vida é feita de verbos:
amar, cantar, dançar, relacionar, viver.
Ciúme

Quando há atração sexual e o ciúme entra

é porque não há amor.
Há medo, porque o sexo é uma exploração.
O medo se torna ciúme.
Não se pode amar alguém não-livre,
pois o amor só existe se dado livremente,
quando não é exigido, forçado e tomado.
Quanto mais controlamos, mais "matamos" o outro.
As causas do ciúme estão dentro de nós;
fora estão só as desculpas.
O amor não pode ser ciumento.
Ele é sempre confiante.
Confiança não pode ser forçada.
Se ela existir, segue-se por ela.
Senão, é melhor separar, para evitar danos
e destruição e poder amar outra pessoa.
Quando amamos alguém,
confiamos que não quererá outro.
Se quiser, não há amor e nada pode ser feito.
Só através do outro tornamo-nos conscientes
de nosso próprio ser.
Só num profundo relacionar-se o amor de alguém ressoa
e mostra sua profundidade: assim nos descobrimos.
Outra forma de autodescoberta,
sem o outro, é a meditação.
Só há dois caminhos para chegar ao divino:
meditação e amor.

Relacionamento como um Espelho

O amor se relaciona, mas não é relacionamento,
que é algo acabado.
Ele é como um rio fluindo, interminavelmente.
Há flores do amor que só desabrocham
após uma longa intimidade.
Relacionar-se significa que estamos sempre começando,
sempre tentando nos tornar conhecidos.
A alegria do amor está na exploração da consciência.
Quando investigamos o outro,
fazemos o mesmo conosco.
Aprofundando-nos no outro,
nos aprofundamos em nós mesmos.
Tornamo-nos espelhos para o outro e
o amor torna-se meditação.
Quando mais descobrimos, mais misterioso
o outro se torna: o amor é uma aventura constante.
Quando estamos apaixonados,
a linguagem não é necessária.
O amor não escraviza, não é possesivo nem exigente.
Ele liberta, permitindo aos amantes
voarem alto, em direção a Deus.
Quando apreciamos nossa solidão,
nos tornamos meditadores.
Só quem é capaz de ser feliz sozinho
pode contribuir com a felicidade de outro.

Amor Verdadeiro

Quando há dependência não há
maturidade nem amor, há necessidade.
Usa-se o outro, o que é desamoroso.
Ninguém gosta de ser dependente,
porque a dependência mata a liberdade.
Os homens sempre querem mulheres
que sejam "menos" do que eles.
A maturidade vem com o amor e
acaba com a necessidade.
Amor é luxo, abundância.
É ter tantas canções no coração, que é preciso cantá-las,
não importando se há quem ouça.
Quando somos autênticos, temos a aura do amor.
Quando não, pedimos amor aos outros.
Quem se apaixona não tem amor e, assim, não pode dar.
Quem é maduro não cai de amor, mas se eleva nele.
Duas pessoas maduras que se amam,
ajudam-se a se tornarem mais livres.
Liberdade, moksha, é um valor mais elevado que o amor.
Por isso é que o amor não vale a pena se a destruir.


Solidão e Solitude

Na solitude estamos constantemente

encantados conosco mesmos.
Ela é abençoada, um profundo preenchimento,
que nos mantém centra-dos e enraizados.
Ela é independente. Todos são um fim em si mesmos.
Ninguém existe para ser usado.
Quem está no pico da solitude só se atrai
por quem também esteja só.
Dois solitários olham um para o outro, mas dois que
conheceram a solitude olham para algo mais elevado.
Se estão felizes consigo mesmos,
tornam-se companheiros.
As palavras felicidade e acontecimento
têm a mesma raiz em inglês.
Porque a felicidade simplesmente acontece.
Para ser feliz é preciso deixar acontecer.
O caminho do amor deve ser tomado
com tremenda consciência e o da consciência,
com tremendo amor.


A solitude é bela e livre.
É um momento em que o outro não é necessário.
Após essa liberdade o amor é possível.
O amor traz solitude e a solitude traz amor.
Já a solidão não cria amor; apenas necessidade.
Ela pode matar.
Dois solitários não conseguem se relacionar porque
isso não ocorre a partir da necessidade.
Solitude é uma flor desabrochando, é positiva, saudável.
Só o amor dá a coragem de sermos sós.
Só assim acumulamos energia até transbordar e
transformar-se em amor.
Sós, acumulamos amor, celebração, dança,
energia, prazer, vida.
Só o excesso de energia possibilita o orgasmo,
que não é um alívio, mas celebração.
Quando os amantes se afastam, readquirem
sua solitude, beleza e alegria.
A alegria traz a necessidade de compartilhar.
A paixão é muito pequena diante da compaixão.
Solitude é mover-se para dentro e
amor é mover-se para fora.
Ambos os movimentos são enriquecedores.
Amizade e Ser Amigo

Love vem do sânscrito lohba, avareza.
A amizade pertence ao templo e não à loja.
Devemos ser amigáveis com todos:
pessoas, animais, plantas e
não criar amizades, necessariamente.
Amizade é amor sem caráter biológico.
As pessoas iluminadas têm mais inimigos
do que as não-iluminadas,
pois os cegos não perdoam quem enxerga e
os ignorantes não perdoam quem sabe.
Ser amigável, amoroso, autêntico, inocente sem causa
é suficiente para disparar muitos egos contra si.


Meditação e Amor

Quem quiser harmonia no amor precisa
aprender a ser mais meditativo.
O amor sozinho é cego, quem enxerga é a meditação.
É bom substituir brigas por entendimento.
Os conflitos existem por falta de compreensão.
As palavras medicina e meditação têm a mesma raiz.
A medicina cura o corpo, a matéria e
a meditação cura a alma, o espírito.
O amor é uma meditação e ela desabrocha no amor.
Meditação é um estado de bênção, não-pensamento,
serenidade e silêncio.
É autodescoberta e a necessidade de compartilhar: o amor.
Meditação é um estado de não-mente, de pura consciência.
É preciso aprender o truque de não nos envolvermos
com a mente, a arte de permanecermos indiferentes.
Maturidade é conhecer algo em nós que é imortal:
a meditação, que conhece Deus.
A mente conhece o mundo, fica obcecada
pelas nuvens, que vão e vêm.
A meditação busca o céu, que é permanente.
Devemos buscar o céu interior.
A meditação pode se tornar eternidade,
é relaxamento em si, é um estado de
não-vontade, de não-ação, de espontaneidade
indisciplinada, sem direção, controle ou manipulação.
Ela não tem meta, está no presente, é imediatismo.
Quem medita torna-se silencioso, tranquilo,
pois a meditação traz paz.
É a árvore que cresce sem semente,
pois é mágica, misteriosa.
Quem abandona o passado é meditativo.
Na meditação vive-se o momento, nada interfere e
a atenção é total, porque não há distração; só consciência.
Quem medita encontra o amor, pois a meditação
nos torna amorosos e o amor nos torna meditativos.

Ame a Si Mesmo

Para amar é preciso conhecer.
Daí que a meditação é primária e o amor, secundário.
Como o Sol irradia luz sem foco,
a meditação irradia amor sem foco.
Amar a si próprio é meditação, é ser autêntico,
aceitar-se com é.
Isso é oração, é gratidão.
O amor começa com o amor próprio, com a aceitação
de si, de tudo e de todos.
A aceitação cria o ambiente onde o amor desabrocha.
Também a confiança começa na autoconfiança,
que é independência.
Quem é independente, aprende, amadurece e
se transforma com as mudanças.
O amor é o fenômeno mais mutante da vida:
é como uma flor que se abre a cada manhã.
Só os independentes podem amar e ser amados.
Diante de um problema o que mais importa
é saber exatamente qual é problema e não sua solução.

Uma Nova Dimensão de Amor

O amor é mais verdadeiro e autêntico do que nós.
Todo caso de amor é um novo nascimento.
O ego é como a escuridão, mas quando chega
a luz do amor, a escuridão se vai.
As escolhas devem ser pelo real, pior e doloroso
e não pelo confortável, conveniente e burguês.
O amor nos tira do ego, do passado e
do padrão e por isso parece confusão.
Ficar louco de vez em quando é
necessidade básica para permanecer são.
Quando a loucura é consciente, pode-se voltar.
Todos os místicos são loucos.
O amor é alquimia porque primeiro
tira o ego e depois dá o centro.
Amar é difícil, mas receber amor é quase impossível,
porque a transformação é maior e o ego desaparece.
É o anseio pelo divino que impede
que qualquer relacionamento satisfaça.
As pessoas mais criativas são as mais insatisfeitas
porque sabem que muito mais é possível
e não está acontecendo.

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